Pluviômetro: aparelho meteorológico que mede a quantidade de chuva

O Pluviômetro mede a quantidade de chuva que precipita, pemitindo calcular a altura da coluna d’água que se acumularia no solo caso não ocorresse infiltração, evaporação ou escoamento.

Fotos: 1) Pluviômetro Ville de Paris; 2) Pluviômetro de Hemann. Varejão-Silva, p. 354.

A chuva é um importante fenômeno meteorológico que causa impacto em diversas áreas, seja na proteção ao voo (pousos e decolagens de aeronaves), defesa civil (prevenção de desastres), construção civil (planejamento e execução de obras), ou agricultura (balanço hídrico) e até mesmo na área de auditorias, perícias ou provas ambientais na seara administrativa ou judicial.

Em termos de agricultura, entende-se por balanço hídrico a diferença entre a entrada e a saída de água depositada no solo em determinado período, servindo como indicativo para períodos mais secos, mais úmidos, ou para a definição das melhores épocas de preparo e de plantio das variadas culturas.

Segundo Varejão-Silva (p. 353) , a precipitação de chuva pode ser caracterizada por sua duração (diferença de tempo entre os instantes de início e término) e por sua intensidade, definida como a quantidade de água caída por unidade de tempo e usualmente expressa em mm por hora (mm/h).

Falando em coleta ou registro da quantidade de chuva, observa-se que a duração e/ou a intensidade nem sempre apresentam valores uniformes numa mesma cidade ou região geográfica.

Caso prático foi o observado na cidade de Oeiras/PI, dia 15/03/2023, uma quarta-feira chuvosa que ocasionou alagamentos na cidade.

Estações: 1) INMET; 2) CRUVIANA/IFPI; 3) ANA.

Ao final do dia 15, considerando o horário UTC (Tempo Universal Coordenado – Horário de Greenwich), a Estação Automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em Oeiras [A-354], registrou 98 mm (1); a Estação Pluviométrica/Fluviométrica da Agência Nacional de Águas (ANA) [642018], registrou 103mm (3); e, a Estação Cruviana/IFPI, registrou 121,4mm (2).

Os registros apresentados sugerem que a chuva teve direção Noroeste/Sudeste (NW/SE), com maior duração e intensidade sobre a área urbana da cidade, considerando que a diferença pluviométrica foi de 23,4mm (ou 23,9%) entre a Estação do INMET (a NW) e a Estação do IFPI (a SE), em área territorial de 2.703,14 km².

De outro turno, pode-se descartar falhas de medição, tendo em vista a diferença de apenas 5,1% (ou 5 mm) entre a Estação ANA e a Estação INMET.

Quanto ao monitoramento pluviométrico, e para fins climatológicos, o Brasil dispõe de estações automáticas e convencionais do INMET, que representa o país na Organização Meteorológica Mundial (OMM); da ANA (estações pluviométricas e fluviométricas), operadas por outros órgãos como Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Companhias de eletricidade, secretarias estaduais de meio-ambiente e pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS); pela Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica; além de estações privadas para uso agrícola, principlamente.

Experiência com pluviômetro caseiro, sem cunho científico, captou, em 18/03/2023, em Teresina/PI, 250ml de água de chuva, correspondente a 26,3mm, enquanto a Estação Automática de Teresina [A312], do INMET, distante 3,7 km em linha reta do ponto de coleta, registrou 23mm e, a Estação Convencional do Aeroporto de Teresina, distante 6,1 km do ponto de coleta, registrou 22,8mm, ambas com diferença de medição próximo a 15% em relação à coleta experimental.

Na mesma data, 18/03/2023, as estações pluviométricas/fluviométricas da ANA, que medem o nível de rios e acudes, registraram, em Teresina/PI, 5,6 mm de chuva na Estação Teresina-CHESF, no Rio Parnaíba, operada pela CPRM (distante 10,5 km do ponto de coleta); nenhum registro divulgado pela Estação Teresina-CEA, no Rio Poti, operado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR) (distante 5,0 km do ponto de coleta) (possivelmente opera c/ leitura e registro manual); e 7,2 mm registrado pela CPRM na Estação Fazenda Cantinho II, no Rio Poti (distante 18,9 km do ponto de coleta).

A lógica é que quanto mais dados, melhor a informação gerada e, consequentemente, maior o conhecimento climatológico da região com reflexo positivo na formulação e execução de políticas públicas ambientais, a exemplo de drenagem urbana, infraestrutura rodoviária e cultivos agrícolas.

Em conclusão, observa-se que a correta coleta de dados pluviométricos, utilizando um simples intrumento meteorológico, é vital para estudos climatológicos e para a aplicação na vida prática.

Renato Santos Chaves

Referências:

Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).

Climatologia e Ambiente: Introdução à climatologia para ciências ambientais. Fábio Ricardo Marin, Eduardo Delgado Assad, Felipe Gustavo Pilau – Campinas, SP: Embrapa Informática Agropecuária, 2008.

Fundamentos de Meteorologia e Climatologia: Capítulo XI – Precipitação Pluviométrica. Aureo S. de Oliveira. Núcleo de Engenharia de Água e Solo (NEAS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Instituto Nacional de Meteorologia – INMET: Tabela de Dados das Estações.

Meteorologia e Climatologia. Mário Adelmo Varejão-Silva. Versão digital 2, Recife,PE, 2006.


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